Didicografia: Toda tristeza que habita em nossos quartos

Hoje vou falar do novo disco de uma banda que achei muito promissora. Ouvi falar deles por causa da indicação de amigos, salve Tatão, e que tive a oportunidade de ver uma apresentação no evento de lançamento do último CD da Lumière Mob e mesmo com as indicações, foi uma grata surpresa. Senti muito da vibe clássica de emo que sempre lemos e vimos no youtube: shows intimistas, com muita emoção nos vocais e ultrasinceridade nas letras. measyou é o projeto de Lucas Mateus, que conta com Wallace, Danilo e Bruno na equipe criativa, produção e apoio de banda.

Bom, chegamos no lançamento do disco “Toda tristeza que habita em nossos quartos” e a promessa se realizou num projeto bem sólido musicalmente. A começar pela excelente produção, onde é possível ouvir todos os instrumentos muito bem e timbres familiares à sonoridade emo.

E como as melhores bandas rocks atualmente, measyou faz uma mistura de gêneros, segundo a própria banda: “De emocore ao eletrônico, uma obra que carrega fortes influências da musica alternativa, emo, shoegaze, indie e hardcore.”

Como todo bom disco, uma boa primeira faixa é essencial e Você já inicia nos apresentando a atmosfera que nos acompanhará, por quase todo o disco. Nela também vemos como a banda é competente com refrões, “Vou te dizer que eu não vou nunca mais ser o que não sou / Me enterrei pra renascer um novo eu sem ter você” ficou na minha cabeça por dias depois de ouvir a primeira vez.

Em Esquecer você (São Paulo), somos apresentados ao primeiro exemplo de versatilidade da banda, que nos entrega uma música mais pra frente e até inclui beats, trazendo uma sonoridade de rock moderno a la Nothing, Nowhere (uma grande influência do Lucas).

Vou assombrar você é uma faixa muito gostosinha e bem carismática de letra meiga, trazendo estética de halloween que comunica bem com o clipe, recomendo assistirem.

Chegamos em Como odiava te fazer companhia e temos o primeiro feat do disco, com victor al.n, que acerta muito nas rimas. Essa me conquistou pela mudança de clima, palminha e vocais, “peraí, vou fazer direito”.

Apesar de pequenos momentos durante o disco inteiro, Cravar é o melhor exemplo da influência eletrônica, alterando completamente a atmosfera da audição, nos preparando para a próxima faixa.

Seja proposital ou não, Sorrir eu acho que começa com uma batera a cara da banda Cefa hahaha não á toa tem participação de Caio Weber. Aqui a energia sobe, e o projeto mostra seu lado mais pesado e Caio humilha nos vocais, claro. Mais uma faixa com refrão foda.

Como bom cria do post-hardcore, Flores e Clichês é minha faixa preferida do disco. Clima crescente na música inteira, para ser entregue com MUITA intensidade no final com aquele berro rasgado e emocional do jeito que nós gosta (e direito a clipasso).

Outro dia Lucas Fresno comentou no twitter da importância das faixas que encerram álbum, e acho que Eu quero que tudo se foda! faz isso magistralmente, reúne o melhor do que é apresentado no álbum e consegue ter um clima que te faz entender que a jornada está acabando.

Conclusão

Toda tristeza que habita em nossos quartos de measyou é um ótimo disco da nossa cena, com muito bom gosto acerca das decisões criativas e entregando muito sentimento e verdade nas líricas. Apresenta sonoridade fresca, evitando ser um pastiche do gênero ou de artistas gringos.

Curiosamente, estou escrevendo esse texto e ouvindo o disco, bastante triste e direto do meu quarto. Até a próxima.


Você também já pode ouvir o álbum aqui e contar pra gente o que achou.

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